Cultura 25/03/2019

Biblioteca Chaves Caminha reabriu, com intenso programa de atividades

A Biblioteca Manoel Chaves Caminha reabriu ao público a 23 de março, dia que ficou marcado por um rico e muito participado programa de atividades, para os mais diversos públicos. Neste dia especial, passaram por este equipamento da Junta de Freguesia de Alvalade os escritores Luísa Ducla Soares, Hélia Correia e Gonçalo M. Tavares, bem como o músico Daniel Completo e o jornalista José Mário Silva.

O dia começou bem cedo, com uma sessão para as crianças de Alvalade e para as suas famílias. Aqui, os participantes tiveram a oportunidade de ouvir, pela voz de Daniel Completo, uma série de músicas da autoria de Luísa Ducla Soares. “O Jantar dos Animais” e “A rainha Dona Urraca e a sua vaca” foram apenas alguns dos temas interpretados, temas que as crianças e os adultos acompanharam com grande entusiasmo e alegria.

Entre uma música e outra, Luísa Ducla Soares foi conversando com os presentes, com quem partilhou confissões e histórias, como a do seu primeiro livro, escrito quando tinha apenas sete anos. Hoje a escritora, que em breve completará 80 anos, tem mais de uma centena e meia de livros publicados, a maioria dos quais para o público infantil e juvenil.

O dia prosseguiu com um Encontro com Escritores, conduzido pelo jornalista José Mário Silva. Ao seu lado sentou-se Hélia Correia, autora de obras como “A Terceira Miséria”, “Lilias Fraser” e “Adoecer”. A escritora, que se confessou “muito avessa a atos públicos e exposições”, encantou a plateia com várias histórias, nomeadamente da sua infância, passada em Mafra.

“Parabéns por este equipamento. Uma biblioteca é qualquer coisa que nos deve deixar muito gratos”, afirmou Hélia Correia, que durante a conversa com José Mário Silva recordou três bibliotecas que foram particularmente importantes no seu crescimento: uma primeira criada por um grupo de amigos e vizinhos, a Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian e a do Palácio Nacional de Mafra.

Já ao fim da tarde, a Biblioteca Manoel Chaves Caminha acolheu a primeira sessão da Comunidade de Leitores de Alvalade, conduzida por Gonçalo M. Tavares. O escritor explicou que esta comunidade irá reunir-se de forma regular, para falar sobre um conjunto de “clássicos modernos” da literatura.

Para o arranque deste projeto foi escolhida a obra “1984” de George Orwell, sendo que numa das próximas sessões se falará de “O Processo”, de Franz Kafka. “O livro é o início de uma conversa”, frisou Gonçalo M. Tavares, deixando o convite para que todos os participantes da Comunidade de Leitores levem consigo livros que associem ao livro que é proposto ou que estejam a ler naquele momento.

A reabertura da Biblioteca Manoel Chaves Caminha, localizada na Avenida Rio de Janeiro, contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, José António Borges, e do presidente da Assembleia de Freguesia de Alvalade, Luís Nazaré.

Na ocasião, José António Borges notou que a requalificação, agora concluída, da biblioteca “faz parte de um projeto mais alargado da Junta de Freguesia de Alvalade de valorização dos elementos culturais e educativos”.

“O dia de hoje marca o ritmo daquilo que será o nosso projeto cultural, educativo e recreativo para este espaço”, afirmou também o presidente da Junta de Freguesia, que fez questão de sublinhar que a Biblioteca Manoel Chaves Caminha “é uma biblioteca para as famílias”.

Já o presidente da Assembleia de Freguesia de Alvalade confessou ter “um enormíssimo prazer” em participar na reabertura deste equipamento cultural.

“É sempre um prazer muito especial ver que há mais oferta de tudo aquilo que se prende com o saber. E com a diversão também, porque a leitura não é só para nos trazer mais conhecimento, mais saber, o que já não seria coisa pouca. É também para nos divertir, para que possamos tirar prazer e cultivar o prazer da leitura”, afirmou Luís Nazaré.

A Biblioteca Manoel Chaves Caminha está aberta de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 18 horas, e aos sábados, entre as 9h30 e as 13h30 e entre as 14h30 e as 17h30. Neste equipamento é possível consultar revistas e jornais, ler livros ou requisitá-los para leitura no exterior. A biblioteca dispõe de um piso dedicado ao público infanto-juvenil, com livros e jogos.